Republico aqui um comment que um leitor deixou no blog, narrando a dificuldade que está a ter para obter o subsídio para que a avó possa continuar a ver televisão após o apagão analógico.
Aliás, até hoje a Anacom não divulgou o número de pessoas beneficiadas com o subsídio, nem quantos kits satélite foram vendidos. São mais alguns dos mistérios da caixa negra do regulador.
O comentário do leitor foi o seguinte:
“Venho demonstrar o meu desagrado e revolta com a maneira como tudo foi conduzido desde a fase de implementação até à fase de subsidiação.
Vou relatar o que está a acontecer com a minha avó, que possui umas invejáveis 86 primaveras…. Enviei o pedido de subsidio relativo ao kit TDT complementar e foi-lhe respondido com uma carta em que a minha avó necessita de provar ( a ‘dedada’ com a impressão digital não é valida) que não consegue assinar neste momento (devido a uma trombose), embora possua assinatura no seu BI vitalício e ainda que não possuindo conta bancaria e tendo em consideração que o formulário apenas, repito apenas contempla esse meio de devolução do subsidio, como proceder ?
Antes de preencher e enviar o formulário entrei em contacto com o call center 800 200 838 e cumpri o que me foi referido no preenchimento, mas mesmo assim para meu espanto foi devolvido a solicitar a assinatura ou um atestado medico em como não consegue assinar. Após novo contacto e para o meu espanto referem-me exactamente o está na carta, não consigo perceber como se muda a informação de forma tão rápida num call center…
Como no site da TDT, onde retirei o impresso, não possui informação, ou seja, é omisso em relação a estas duas questões, e ainda sabendo que existem muitas pessoas (com a mesma idade ou mais novas com elevados níveis de analfabetismo) este excesso de burocracia leva a que muitas pessoas sejam simplesmente incapazes de lidar com esta situação…
Solicito esclarecimentos uma vez que possuo apenas 20 dias para resolver esta situação e vou necessitar de solicitar uma declaração ao médico de família, tendo em conta que a minha avó poderá necessitar de efectuar exames, consultas de especialidade, etc (perder tempo em deslocações para o médico e pagar a consulta), conforme o medico de família assim o entenda, para conseguir o ‘papel’ e assim conseguir subsidio de 37€.
Como se costuma dizer ‘vozes de burro não chegam ao céu’ (é como me sinto neste momento e sou um português bem informado e alguém que, embora reconheça onde está os podres, do sistema não consegue fazer nada, pois sou mais piegas sem poder e sem influencia.
Estou revoltado com todo este processo que deixa de fora todos os portugueses em favor das operadores de cabo, com a conivência dos partidos políticos PS/PSD/CDS.”
Infelizmente, caro leitor, parece que as pessoas são o que menos importa no processo de implementação da TDT em Portugal, sobretudo as mais carenciadas e mais idosas.