Media Capital: “Portugal tem excesso de Leis sobre os Media”

O administrador delegado da Media Capital, Manuel Polanco, concedeu uma excelente entrevista ao Expresso, publicada no último sábado, dia 21. Ele criticou a legislação portuguesa para os média, falou sobre uma eventual parceria com a SIC para a TDT e também sobre a entrada de Pina Moura na TVI.

Transcrevo alguns trechos da entrevista:

“Na semana passada, Francisco Balsemão disse que estava em conversações com a Media Capital para formar um consórcio para a Televisão Digital Terrestre (TDT), ao qual gostava que a RTP se juntasse. É desta maneira que a Media Capital quer entrar na TDT?

No concurso «free to air» [sinal aberto] podemos logicamente formar um consórcio entre as televisões que actualmente têm posições analógicas. Fazer um consórcio com a SIC reflectiria também a boa relação que temos com o dr. Balsemão.

Como seria esse consórcio?

Seria um consórcio para montar uma estrutura em que os próprios canais pudessem ser ou analógicos ou digitais através da infra-estrutura da RETI [Rede de Emissoras da Televisão Independente]. Por outro lado, no pacote de canais pagos, a situação é outra: trata-se de concorrer directamente com a plataforma da TV Cabo. Neste caso, só fará sentido entrar uma empresa de telecomunicações que queira, por exemplo, complementar a sua oferta de «triple play».

Como justifica a entrada de Pina Moura no Conselho de Administração?

Queríamos o prestígio de uma figura como Pina Moura. Por outro lado, pretendemos um Conselho de Administração que represente o pluralismo e a realidade portuguesa, política e económica. A maneira de gerir os distintos meios da Media Capital não mudou, nem por ter entrado a Prisa nem pela contratação de Pina Moura.

O projecto de lei sobre concentração é contestado. Mas não acha necessário salvaguardar pluralismo de informação?

Estou de acordo com o dr. Balsemão, e não só na lei da concentração. Há uma excessiva pulsão legislativa do Governo. Portugal é um dos países com uma legislação sobre os «media» e sobre o negócio da Comunicação Social mais pesada da UE. Há falta de confiança no mercado, nas empresas, nos profissionais do sector e nos jornalistas. Até no cidadão. A ideia de que a dimensão da empresa de «media» é inversamente proporcional ao pluralismo é falsa.

Quais vão ser os investimentos estratégicos da Media Capital no futuro?

Queremos potenciar fundamentalmente a produção para televisão. Apesar de sabermos que a TVI é dos activos mais importantes do grupo, cada vez mais olhamos para outro activo – a nossa produtora NBP, que está entre as cinco maiores da Península Ibérica, em capacidade de produção e em número de horas de produção. Queremos potenciar a produção da NBP em língua portuguesa, mas também castelhana para Espanha e para a América Latina. De resto, estamos a olhar para todas oportunidades que se abrem nas novas plataformas de conteúdos como a TDT, televisão móvel, IPTV, onde se abre todo um leque de possibilidades em termos de plataforma de conteúdos.”

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